segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Esperar sem Esperar

Joguei fora todos planos inventados
Apaziguei os ânimos de tantas revoltas
Retoquei a pintura, refiz com retalhos
Reergui caídos pilares sem voltas

Limpei os móveis e aspirei os cantos
Retratos vazios esperando vivências
Piso brilhando, pelo menos por enquanto
Ar fresco e contínuo, como as reticências

Esperei sem saber que esperava
Prorroguei a reforma e a vontade
Ansiava por algo que não contava
Esperanças perdidas na tempestade

Espero que não caia no buraco 
Um enorme que fica no caminho
Profundo, intenso, escuro e opaco
É preciso descobrir um jeitinho

Te vejo sorrindo na porta de minha casa
Nunca imaginei ver alguém aqui novamente
Passa pela porta gentilmente encolhendo as asas
Me perco no tempo ao abraçá-la ternamente

Sorrindo, como há muito não sorria
Vivendo, como há muito não vivia
Construindo, como há muito não construía
Amando, como nunca achei que amaria

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